sábado, 8 de março de 2014

Reflexões sobre a Inclusão Escolar de Pessoas com Surdez



Telma Andrade de Vasconcelos

O texto Educação Escolar de Pessoas com Surdez e o AEE em Construção, de Mirlene Damázio, que é objeto desse trabalho, apresenta a educação das pessoas com surdez num contexto de debates, discussões e desafios propondo políticas educacionais inclusivas com enfoque bilíngue à luz da garantia de instrumentos legais vigentes e centraliza essas práticas na visão de homem capaz para desenvolver suas potencialidades nos processos perceptivos, linguísticos e cognitivos, destacando a eficiência do serviço complementar oferecido pelo AEE PS para efetivar a inclusão dessas pessoas na escola e fora dela.

Estudiosos e pesquisadores, há algum tempo, tem centrado suas discussões em torno das concepções oralistas e gestualistas que defendem a educação das pessoas com surdez na aceitação de uma ou de outra língua, atribuindo a esse fator o êxito ou o fracasso escolar das pessoas com surdez.

Para os pensadores que defendem a tendência bilíngue é necessário construir práticas pedagógicas centradas nas possibilidades de evolução das potencialidades das pessoas com surdez, possibilitando-lhes progressos nos aspectos individuais e coletivos.

A Política Nacional de Educação Especial numa perspectiva inclusiva, tem se tornado promitente, principalmente para as pessoas com surdez, trazendo proposta com tendência bilíngue para a escolarização das PS, sendo legitimada pelo Decreto 5.626/05 que regulamentou a Lei de Libras e deu orientações para a organização de turmas bilíngues, priorizando a Língua de Sinais como a primeira língua dessas pessoas e a Língua Portuguesa escrita, a segunda língua.




Figura: Professor explorando com o aluno com surdez o conteúdo sobre os estados brasileiros.

A viabilização dessa proposta depende de um ambiente bilíngue cuja execução compete ao AEE PS que se configura como um serviço complementar visando o desenvolvimento dos conhecimentos na sala comum, embasado nas vivências do aluno, de acordo com Damázio “Para efetivar o cotidiano escolar do atendimento educacional especializado para a pessoa com surdez, aplicamos a metodologia vivencial, que leva o aluno a aprender a aprender” (2010, p.50), efetivando-se com a execução dos três momentos didático-pedagógicos: AEE PS em LIBRAS, AEE PS para o ensino de LIBRAS e o AEE PS para o ensino de Língua Portuguesa numa rede inter-relacional com os professores comuns e professores especialista/Libras que se interligam com o propósito de garantir o acesso do aluno aos conteúdos curriculares, promovendo a inclusão da pessoa com surdez no espaço escolar.


REFERÊNCIAS:

DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, 2010. p. 46-57. 


http://blogpiauinclusivo.blogspot.com.br/2011/06/inclusao-dos-alunos-surdos-na-unidade.html