Telma Andrade de Vasconcelos
O
texto Educação Escolar de
Pessoas com Surdez e o AEE em Construção, de Mirlene Damázio, que é objeto
desse trabalho, apresenta a educação das pessoas com surdez
num contexto de debates, discussões e desafios propondo políticas educacionais
inclusivas com enfoque bilíngue à luz da garantia de instrumentos legais
vigentes e centraliza essas práticas na visão de homem capaz para desenvolver
suas potencialidades nos processos perceptivos, linguísticos e cognitivos,
destacando a eficiência do serviço complementar oferecido pelo AEE PS para
efetivar a inclusão dessas pessoas na escola e fora dela.
Estudiosos
e pesquisadores, há algum tempo, tem centrado suas discussões em torno das concepções
oralistas e gestualistas que defendem a educação das pessoas com surdez na
aceitação de uma ou de outra língua, atribuindo a esse fator o êxito ou o
fracasso escolar das pessoas com surdez.
Para os pensadores que defendem a
tendência bilíngue é necessário construir práticas pedagógicas centradas nas
possibilidades de evolução das potencialidades das pessoas com surdez,
possibilitando-lhes progressos nos aspectos individuais e coletivos.
A Política Nacional de Educação Especial numa perspectiva inclusiva,
tem se tornado promitente, principalmente para as pessoas com surdez, trazendo
proposta com tendência bilíngue para a escolarização das PS, sendo legitimada
pelo Decreto 5.626/05 que regulamentou a Lei de Libras e deu orientações para a
organização de turmas bilíngues, priorizando a Língua de Sinais como a primeira
língua dessas pessoas e a Língua Portuguesa escrita, a segunda língua.
Figura: Professor explorando com o aluno com surdez
o conteúdo sobre os estados brasileiros.
A viabilização dessa proposta depende de um ambiente
bilíngue cuja execução compete ao AEE PS que se configura como um serviço complementar
visando o desenvolvimento dos conhecimentos na sala comum, embasado nas
vivências do aluno, de acordo com Damázio “Para efetivar o cotidiano escolar do
atendimento educacional especializado para a pessoa com surdez, aplicamos a
metodologia vivencial, que leva o aluno a aprender a aprender” (2010, p.50), efetivando-se
com a execução dos três momentos didático-pedagógicos: AEE PS em LIBRAS, AEE PS
para o ensino de LIBRAS e o AEE PS para o ensino de Língua Portuguesa numa rede
inter-relacional com os professores comuns e professores especialista/Libras
que se interligam com o propósito de garantir o acesso do aluno aos conteúdos
curriculares, promovendo a inclusão da pessoa com surdez no espaço escolar.
REFERÊNCIAS:
DAMÁZIO, M. F. M.;
FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional
Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, 2010. p. 46-57.
http://blogpiauinclusivo.blogspot.com.br/2011/06/inclusao-dos-alunos-surdos-na-unidade.html